segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Joyeux Noel et Bonne Année


Tive, nesses últimos dias, algumas demonstrações lindas de afeto de alguns queridos amigos e também da minha família.. aos que leram a trilogia do concurso, e acompanharam o dramarama que foi o Dia 03, peço que não se preocupem.. isso agora já é passado e já faço piada sobre o assunto.. foi de fato um dia ruim, aliás, péssimo.. mas passou.. como passam os dias.. e o senhor Tempo, o grande deus grego Kronos, é de uma sabedoria incrível e encontra as melhores soluções para os problemas mais complexos..
E, além disso, é Natal!!! ho ho ho
(quer dizer já passou né? mas vcs entenderam)
e isso significa: recesso de trabalho, férias com a família, dias em Barra da Estiva, comidas!! (nham-nham) e todas essas coisinhas boas que acompanham o bom velhinho (ok, sem esquecer as tais mensagens cristãs de amor e paz e reflexão... meditar e coisa e tal..)
fato é: que o Natal esse ano foi um dos melhores ever!! eu estava tão afim de não me estressar e de não me aborrecer, que resultado: foi só tranquilidade.. as pessoas viravam para mim perguntando: o que iríamos fazer, como ia ser a ceia desse ano, que dinâmicas faríamos, que leituras e reflexões iríamos propor para a familia, o que fazer para a ceia, vamos fazer os papeizinhos do amigo secreto, quem vai participar, o que eu compro pro meu amigo... e tudo o que eu conseguia dizer era: relaxe... tudo vai se resolver, tudo vai se encaixar.. tudo vai dar certo e terminar bem.. e como de fato.. tudo se encaixou, tudo se resolveu, e tudo ficou ótimo!! clima de paz e harmonia como há muito tempo nossa família não via.. o Natal do ano passado que o diga.. ficou para a história como o mais tenso de todos os tempos.. quem viveu, viu.. quem não viveu, nunca saberá...

e o Ano Novo se anuncia...
2009.. dois mil INOVE... adorei essa!!!
e realmente, é com esse espírito de buscar INOVAÇÃO que quero começar esse novo ano..
sempre tem aquelas velhas promessas de ano novo, né? nova dieta, fazer exercícios, fazer listinha de coisas que terei que fazer.. novo corte de cabelo, novo emprego, ter uma casa para chamar de minha, viajar.. e claro, as promessas chatas acadêmicas: publicar, publicar publicar.. meu PIA (Periódico Internacional A) vai ter q sair em 2009!! e tenho dito!
enfim... muitos planos, muitos sonhos, muitas coisas para realizar..
engraçado que quando eu voltei da França e revivi tudo o que eu tinha sonhado em fazer quando eu tinha 10 anos, me bateu uma super depressão, porque eu vi que já tinha feito tudo o que eu tinha me proposto na vida!! e eu tinha apenas 32 anos!! e pensei! meu deus... eu já posso morrer!!! sério, bateu neura total... eu vi que tudo o que eu queria fazer eu já tinha feito... não havia mais porque nem para que acordar todas as manhãs..
mas daí eu percebi que apenas era hora de renovar os meus sonhos.. traçar outros, criar novos desafios.. e sempre aparecem, não é? é incrível.. basta dar asas à imaginação e aos pensamentos que imediatamente brotam vários projetos aparentemente impossíveis, que tornam a vida totalmente excitante!!
e é nesse ponto exato em que me encontro agora.. e justo em dois mil INOVE...
deve ter alguma relação cabalística nisso tudo...
então.. só me resta correr atrás de realizar esses sonhos.. e que venham os próximos 32 anos!!!
agora, com menos dias de dramarama, por favor!!

(P.S.: As fotos dessa postagem são da minha querida cidade natal BARRA DA ESTIVA-BA.. pequena cidade da belíssima região da Chapada Diamantina - BA.. vale uma visita!!)





terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Trilogia de um concurso - Dia 03


Dias de dramarama...

Quando a gente pensa em desistir, sempre algo inesperado acontece...
Após uma grande desilusão, buscava eu uma razão para continuar aqui.. vagar pela cidade.. pensar no amanhã.. ir, voltar, prosseguir.. são tantas as opções.. porque uma escolha necessariamente implica em uma perda? Ganhar é algo tão grandioso assim, que temos que ser frequentemente lembrados da nossa fraqueza e pequenez?
Um café.. um capuccino.. não, grande, por favor! light, não.. normal! preciso de açúcar.. dane-se a dieta..
O telefone toca.. não, não é o meu.. também, se fosse eu não iria atender..
Porque? pra que? queria entender porque as pessoas são simplesmente incapazes de consolar os infelizes. E também são incapazes de celebrar verdadeiramente com os vitoriosos. Mas, com os infelizes a coisa é bem pior. Eles ficam complementamente sem ação, perdidos, sem saber o que dizer ou fazer: "Não fica assim", "isso vai passar", "outras oportunidades virão", "você vai tentar novamente, e agora mais preparada e com mais experiência", "pense positivo", "não chore"... não se mostre frágil, não admita a derrota, não assuma o fracasso como algo ruim, não dê créditos à sua dor ou ao seu sofrimento..
Aaaaaah! afinal, qual a dificuldade em entender que tem horas que tudo o que você quer é simplesmente sucumbir à sua dor e viver cada gotinha do seu sofrimento, degustar dessa intensa sensação de tristeza, melancolia, desamparo.. E sem muito drama também, por favor... A gente sofre um pouquinho, chora tudo o que tiver que chorar, até que chega um momento em que o sofrimento passa.. do mesmo jeito que ele veio, ele vai embora.. simples assim.. No big deal..
Mas eu acho que é importante viver aquele momento exato da dor.. É como celebrar uma vitória, um momento de alegria.. Quando estamos eufóricos, todos acham normal que a gente ria muito, pule muito e comemore muito...
Então, ora bolas, me expliquem porque não podemos sucumbir com semelhante entusiamo às situações de dor e tristeza?
Me deixem sofrer em paz!!! E, sem olhares piedosos, por favor!!
Ah, como seria bom ter um lugar onde eu pudesse ir agora curtir a minha tristeza... onde eu pudesse chorar sem me sentir constrangida e sem quem as pessoas me olhassem com aquele ar curioso e piedoso, como dizendo: "tadinha dela.. o que será que lhe aconteceu para estar assim, chorando na frente de todo mundo"...
porque as pessoas fazem tanto caso com umas lágrimas bobas.. será que se eu estivesse rindo à toa me olhariam com a mesma estranheza?? pior que olhariam tambem.. vc tem q chorar e rir nos momentos e lugares certos.. ai ai ai.. o que sua mãe lhe ensinou??
Eu declaro que eu não preciso de piedosas intenções... não quero ser acalentada, não quero ser consolada, quando eu chorar, simplesmente me deixem fazê-lo.. tenho esse direito!
Como queria esse lugar onde eu pudesse simplesmente chorar em paz.. bem, acho que sempre posso ir a um cemitério, parar na frente de um túmulo e fingir que acabo de perder uma pessoa muito querida, não é?? nesses casos, acho que chorar é mais do que permitido..
ou posso também pegar um segunda sessão de cinema.. sim, no escuro e se tiver sorte do filme ser um drama, sempre poderei ter o meu momento de dor particular, sem olhares furtivos... ok.. mais um Penelope Cruz então, por favor..

domingo, 21 de dezembro de 2008

Trilogia de um concurso - Dia 02


Ilusões...

Como é maravilhosa a sensação de nos acharmos protegidos, privilegiados, abençoados por forças divinas. Só quem já experimentou alguma situação sobrenatural, inexplicável, sem nenhuma relação lógico/científica, é capaz de entender essa sensação...
Não quero falar aqui como uma religiosa fanática, e nem como uma cética cínica. Fico inclusive indecisa sobre em qual desses dois lados me posicionar. Ora acho que não acredito em nada que não seja passível de prova concreta, ora coisas absolutamente sem qualquer sentido lógico/científico acontece só para me provar aquela filosofia batida de que 'há mais mistérios entre o céu e a terra do que blá blá blá..', sabe qual é né?
Ao ler essas divagações, você pode se perguntar: mas que raios passa pela cabeça dessa garota? E, afinal, qual foi essa tal experiência que ela viveu que causou tanta sensação nessa cabeça e espírito?
Bem, o fato é que aconteceu mesmo.. e como aconteceu! Mas, sei que se eu contar, provavelmente você não irá acreditar.. ou pior, vai me inundar com o seu cinismo, e certamente encontrará alguma explicação lógico/científica para justificar o meu evento sobrenatural, transformando-o em algo banal...
Então, eu me calo! É isso mesmo! Não falo nada... guardo para mim a minha experiência e deixo em você a curiosidade...
Afinal, não quero te convencer de nada.. e não quero opiniões nem divagações.. apenas, constato um fato: Como é doce acreditar em uma ilusão...

sábado, 20 de dezembro de 2008

Trilogia de um concurso - Dia 01


O desconhecido. As descobertas.


Algo que sempre me intrigou muito. Qual será a sensação de ser criança? Digo, em relação ao excesso de novidades e descobertas. Sim, porque para um bebê tudo, absolutamente tudo o que ele vê, toca, ouve ou sente é a mais pura novidade.. deve ser fascinante e o mesmo tempo assustador! Não é de admirar que elas já cheguem berrando a esse mundo. Deve bater o maior desespero se ver arrancado do lugar que você conhece tão bem, no qual viveu uma vida super confortável pelos últimos 9 meses, e de repente: vlapt! venha! e venha logo e venha rápido...
Já começa a esculhambação antes: do nada, simplesmente esvaziam a tua piscina, te deixando nadando no semi seco.. e nem avisam antes pra você se programar.. dali a pouco começam a te expulsar aos pontapés. E pra finalizar, ainda vem um cara que você nunca viu mais gordo, mete a mão dentro da tua casa e te arranca de lá à força... não satisfeito ele ainda te pendura de cabeça pra baixo e te arrasta pra uma mesa fria. Você começa a berrar: mamãe! mas ninguém te atende.
É.. mudar não é nada fácil. E nem enfrentar o novo.
Tudo bem, você deve pensar: você já viveu tudo isso, deveria saber exatamente qual é a sensação!
O curioso é que eu não me lembro de nada!
Talvez isso explique porque até hoje eu me meto nessas situações de enfrentar mudanças e o novo.. por pura amnésia!

Crônicas da vida pós doutorado


Só agora consigo voltar a dar um pouco de atenção a esse blog..
quando tínhamos parado eu estava vivendo um dos momentos mais incríveis e emocionantes da minha vida: a defesa de tese.. o fim do doutorado.. o fim de uma era.. e o começo de uma outra era.. do gelo!!
suplícios mil..
encarar a famosa depressão pós-doutorado.. somada à crise dos mais de 30.. Balzac que o diga...
agora, findo esse período crítico, decido-me a olhar para coisas e dizer o que penso delas.. com metáforas, com frases muitas vezes sem sentido.. não busco sentidos.. busco razões.. de uma maneira estranha, às vezes, pode ser..
se quiseres me acompanhar por esse delírio interno.. feel free..
mas tenho que avisar-lhe.. ler a loucura alheia pode ser prejudicial à sua saúde.. mental!

começo com a trilogia de um concurso...
minha primeira incursão por essa experiência absolutamente bizarra que é um concurso para o magistério superior..
onde por alguns dias você convive amigavelmente com o seu concorrente, inimigo.. e ao fim da batalha ainda querem que você olhe para aquele que tirou o seu emprego, aperte sua mão e faça projetos de colaboração conjunta...

festa estranha com gente esquisita..

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Nasce a Dra. 112 do CIn [20/10/2008]



Dia 20/10/2008...

impossível esquecer essa data, pois ela simboliza um renascimento para mim..
a lagarta virou borboleta...
a transformação se fez..
agora é alçar novos vôos, buscar horizontes, e ver o que há além do céu azul..

Depois de 4 horas de batalha, com muitas perguntas, questionamentos, e etc, fui aprovada sem restrições... por unanimidade... imaginem a felicidade da criança!!!!

Fiquei muito feliz com a defesa.. as críticas foram menores em relação ao reconhecimento do esforço e trabalho realizados.. e adorei a heterogeneidade da banca.. achei um momento muito divertido e proveitoso.. graças a Deus não estava nervosa, e se não pude dar respostas satisfatórias é porque as perguntas realmente foram interessantes e de difícil reflexão.. houve discussão filosófica, terminológica, enfim... um momento muito agradável para quem viveu e que gosta desse lado bom da academia: mentes pensantes tentando chegar a um consenso sobre o que não há consenso..

As fotos da defesa estão em:
http://picasaweb.google.fr/vaninha.vieira/DefesaDocVaninha#

Foi mto bom poder compartilhar esse momento com mainha e meus amigos que lá estavam...
Sei que de longe tinham muitas pessoas mentalizaram esse meu momento e viveram ele junto comigo. Então, eu só tenho mesmo a AGRADECER todo o apoio recebido e dizer que estou muito feliz, e com a maravilhosa sensação do dever cumprido... fiz a minha parte, dei o melhor de mim, sofri muito, chorei, mas a recompensa chegou... a sensacao de vitoria e do reconhecimento do esforco realizado é maravilhosa e não tem preço..

Viver, e não ter a vergonha de ser feliz..
Cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz..
Eu sei que a vida devia ser bem melhor, e será!
Mas isso não impede que eu repita:
é bonita! é bonita e é bonita!!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Amanhã


Amanhã!
Será um lindo dia
Da mais louca alegria
Que se possa imaginar

Amanhã!
Redobrada a força
Pra cima que não cessa
Há de vingar

Amanhã!
Mais nenhum mistério
Acima do ilusório
O astro rei vai brilhar

Amanhã!
A luminosidade
Alheia a qualquer vontade
Há de imperar!
Há de imperar!

Amanhã!
Está toda a esperança
Por menor que pareça
Existe e é prá vicejar

Amanhã!
Apesar de hoje
Será a estrada que surge
Prá se trilhar

Amanhã!
Mesmo que uns não queiram
Será de outros que esperam
Ver o dia raiar

Amanhã!
Ódios aplacados
Temores abrandados
Será pleno!
Será pleno!

-- Guilherme Arantes

Tese de Doutorado Nr 112

Centro de Informática – UFPE
Pós-Graduação em Ciência da Computação
Defesa de Tese de Doutorado Nr. 112

Aluna: Vaninha Vieira dos Santos

Orientadora: Profa. Ana Carolina Salgado
Co-orientadora: Profa. Patricia Tedesco

Título: CEManTIKA: A Domain-Independent Framework for Designing Context-Sensitive Systems

Data: 20/10/2008 (segunda-feira)
Hora/Local: 14:00h – Auditório do CIn

Banca Examinadora:
Prof. Carlos Ferraz (CIn / UFPE)
Prof. Nelson Rosa (CIn / UFPE)
Prof. Geber Ramalho (CIn / UFPE)
Prof. Marcos Roberto Borges (NCE / UFRJ)
Profa. Claudia Werner (Eng. De Sistemas / UFRJ)


Resumo

Em uma época em que os usuários precisam processar uma quantidade cada vez maior de informação e executar tarefas cada vez mais complexas em um intervalo menor de tempo, a introdução do conceito de contexto em sistemas computacionais torna-se uma necessidade. Contexto é definido como “as condições interelacionadas em que alguma coisa existe ou ocorre”. Contexto é o que viabiliza a identificação do que é ou não relevante em uma dada situação. Sistemas sensíveis ao contexto são aqueles que utilizam contexto para prover informações ou serviços relevantes para a execução de uma tarefa. Projetar um sistema sensível ao contexto não é trivial, uma vez que é necessário lidar com questões relacionadas a que tipo de informação considerar como contexto, como representar essas informações, como podem ser adquiridas e processadas e como projetar o uso do contexto pelo sistema. Embora existam trabalhos que tratem desafios específicos envolvidos no desenvolvimento de sistemas sensíveis ao contexto, a maioria das soluções é proprietária ou restrita a um determinado tipo de aplicação e não são facilmente replicáveis em diferentes domínios de aplicação. Além disso, um outro problema é que projetistas de “software” têm dificuldade em especificar o que exatamente considerar como contexto e como projetar a sua representação, gerenciamento e uso. Esta tese propõe um “framework” de apoio ao projeto de sistemas sensíveis ao contexto em diferentes domínios, o qual é composto por quatro elementos principais: (i) uma arquitetura genérica de gerenciamento de contexto, (ii) um metamodelo de contexto independente de domínio, que guia a modelagem de contexto em diferentes aplicações; (iii) um conjunto de perfis UML que considera a estrutura do contexto e do comportamento sensível ao contexto; e (iv) um processo que direciona a execução de atividades relacionadas à especificação do contexto e ao projeto de sistemas sensíveis ao contexto. Para verificar a viabilidade da proposta, desenvolvemos o projeto de dois sistemas em diferentes domínios de aplicação. Para um destes sistemas, foi criado um protótipo funcional, o qual foi avaliado por usuários finais em um estudo de caso.

Palavras-chave: Sistemas Sensíveis ao Contexto, Modelagem de Contexto, Gerenciamento de Contexto, Metamodelagem, Processos de Software.

domingo, 19 de outubro de 2008

Faltam 32 horas.......

Uma ode ao tempo... esse senhor implacável...
como colocar 4 anos em 50 minutos???
como traduzir praticamente uma vida inteira em 60 slides???
como nao mostrar angustias, medos, duvidas, solidao, tristezas, alegrias, conquistas...

como tratar tudo como mero formalismo, fruto da logica confusa da metodologia... que nem tao metódica o é?

angustia pelo desconhecido...
cansaço pelo vivido
medo do que nao se sabe
duvidas sobre o que dizer que se conhece

e o tempo nao para... o tempo nao para nao...

Passa o tempo sem demora
Quando não penso nas horas
Os ponteiros do relógio
Fazem voltas se não olho

Mas quando acendo o fogo
Para fazer um café
Vejo o tempo parar
Pra água ferver
Parece nunca acabar, espera sem fim
06:04; 06:05; 06:05; 06:05
Esperando o apito da chaleira
Vejo o tempo parar
Parar
O tempo pirraça

Quando paro que olho as horas
Para o tempo que me olha
E espero ansiosa
Vou comendo a casa
Paçoca, suspiro, cocada, jujuba
Quindim, bombom, churros, bomba
Paçoca, suspiro, cocada, jujuba
Quindim, bombom, churros
E vejo o tempo parar
Parar
O tempo pirraça


sábado, 18 de outubro de 2008

As Orientadoras 2) Patricia Tedesco


possui graduação em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco (1994), mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco, na área de Inteligência Artificial Aplicada à Educação (1997) e doutorado em Ciência da Computação - University Of Leeds Computer Based Learning Unit (2001). Atualmente é professor adjunto do Centro de Informática - UFPE . Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Inteligência Artificial, atuando principalmente nos seguintes temas: Sistemas Multiagentes e Atores Sintéticos, Trabalho Colaborativo Apoiado por Computador, Contexto Computacional e Educação a Distância.




Outra pessoa absolutamente fundamental para este trabalho, a quem tenho muito a agradecer, é a minha orientadora e amiga Patricia Tedesco. A primeira lembrança que tenho de Paxi eram os comentários nas revisões de texto (“pelamordedeus, minha filha, o que você quer dizer aqui?”). E que revisões!
Críticas e comentários sempre instrutivos, construtivos, visando tornar idéias e texto melhores e mais claros. Além disso, a sua sala sempre estava aberta para sessões de terapia ou para sessões de discussões filosóficas infinitas e recursivas sobre: “o que é contexto?”, “o que é foco?”, “o que é situação?”.
Fora as reuniões de orientação inovadoras, usando a mesa do bar como bureau, de onde saíram algumas idéias importantes para o trabalho.

Paxi, sem palavras para agradecer todo o enorme apoio recebido, os incentivos nos momentos
difíceis, as broncas e críticas nos momentos certos, e a confiança transmitida todo o tempo de que tudo vai terminar bem.

"Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"...
... pois seja o que vier, mas venha o que vier..
Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar
qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar..."

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

As Orientadoras 1) Ana Carolina Salgado


possui graduação em Ciência da Computacao pela Universidade Federal de Pernambuco (1980), mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco (1983) e doutorado em Informática pela Université de Nice-Sophia Antipolis (1988). Atualmente é Professor Associado I da Universidade Federal de Pernambuco, sócia da Sociedade Brasileira de Computação, membro da ACM, membro do conselho do Porto Digital e diretora presidente do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R). Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Banco de Dados, atuando principalmente nos seguintes temas: banco de dados, banco de dados geográficos, integração de dados na web, aspectos semânticos em gerenciamento de dados.
(fonte: http://lattes.cnpq.br/1095193209251351)




Carol foi o meu primeiro contato acadêmico com a UFPE, em 2000 (embora acho que ela mesma nem se lembre), quando fazia entrevista para o mestrado. Quis o destino que voltássemos a nos encontrar para uma jornada mais longa e mais intensa (e coloca intensa nisso, hein Carol? Como esquecer aquela noite na emergência do Hospital Saint-Antoine, que mais nos dava a sensação de estarmos na Restauração?).
Carol, gostaria de te agradecer por tudo, tudo mesmo. Você, desde o início, demonstrou confiança em mim e me deu carta branca para o que quer que eu quisesse fazer. Se não fiz mais, certamente não foi por falta de apoio seu. Obrigada pelas oportunidades, pelo carinho, pelos conselhos, pelos puxões de orelha (sempre bem vindos, acredite!), pelos bons vinhos que serviam de inspiração :-), e muitíssimo obrigada pelo apoio inestimável dado em um momento realmente difícil da minha vida, e por estar lá por mim.
Sem palavras para agradecer, Carol: Muito obrigada mesmo!


"Amigo é coisa para se guardar
debaixo de 7 chaves,
dentro do coração..."

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A Banca : 5) Nelson Rosa


Nelson possui graduação, mestrado e doutorado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco (2001). Atualmente é professor Adjunto 3 e Vice-coordenador da Pós-Graduação do Centro de Informática da UFPE. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em redes e sistemas distribuídos. Em particular, no projeto, na formalização e avaliação de desempenho de sistemas de middleware e web services.

Nelson também fez parte da minha banca do exame de qualificação e sua revisão do texto foi bastante interessante.. bastante criteriosa e crítica... tenho certeza que agora na tese não será diferente e seus comentários relevantes ajudarão a tornar texto e trabalho melhores, com certeza!!!
Muito obrigada por tudo Nelson, e por compor esta banca!

A Banca : 4) Carlos Ferraz


Carlos possui graduação em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco (1986) , especialização em Software Business: The American Way pela Nova Southeastern University (1997) , mestrado em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco (1989) e doutorado em Computer Science pela University of Kent at Canterbury (1995) . Atualmente é Professor Adjunto II da Universidade Federal de Pernambuco e Revisor de periódico da IEEE Transactions on Knowledge and Data Engineering. Tem experiência na área de Ciência da Computação , com ênfase em Sistemas de Computação. Atuando principalmente nos seguintes temas: Aolicações Distribuídas, Mídias Contínuas, Plataformas Abertas de Distribuição, Objetos Distribuídos.
(fonte: http://lattes.cnpq.br/7716805104151473)



Conheci Carlos na disciplina de Sistemas Distribuídos, onde estudei sobre desenvolvimento baseado em espaços de tuplas: Linda, Javaspaces, Lime e outros bichos.. um trabalho por sinal bem interessante..

Carlos foi o presidente da minha banca de exame de qualificação e foi ele o autor da famosa interrupção que descrevi no meu post sobre as agruras de ter um nome incomum

Cena 2 [int] (solenidade de defesa - uma sala da UFPE)

presidente da banca: Daremos início agora à defesa de qualificação
do doutorado da aluna Vaninha..... mas... é Vaninha mesmo!!?? achei que era
Vânia! (todos riem)

Carlos, muito obrigada por sua participação no meu exame de qualificação e proposta, pelos comentários e sugestões. E, obrigada novamente por fazer parte da minha banca..

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A Banca : 3) Geber Ramalho


Géber possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba (1988), mestrado em Ciência da Computação pela Universidade de Brasília (1992) e doutorado em Informatique - Universite Pierre et Marie Curie (Paris VI) (1997), onde também fez seu pós-doutorado (2005). Professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, onde trabalha nas áreas de intêligencia artificial e entretenimento digital, tendo sido pioneiro na América Latina a ensinar desenvolvimento de jogos em 2000. Orientou mais de 30 dissertações de mestrado e publicou mais de 70 artigos nacionais e internacionais. Vem coordenando projetos nacionais e internacionais de pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de entretenimento digital. Fez parte da diretoria do C.E.S.A.R e da Sociedade Brasileira de Computação. Ajudou a fundar empresas como a Meantime Mobile Creations, pioneira de jogos móveis no Brasil.
(fonte: http://lattes.cnpq.br/9783292465422902)






Esse Ramalho no sobrenome não é nada por acaso.. é isso mesmo que você está pensando.. Géber é parente dos Ramalho da Paraíba: Elba, Zé, e cia ltda...
e o talento musical é mesmo de família.. seu pai, Luís Ramalho, é o compositor da famosa música, eternizada por Amelinha:
"Foi Deus quem fez o céu,
o rancho das estrelas..
fez também o seresteiro
para conversar com elas...
Fez a lua que prateia minha estrada de sorrisos
E a serpente que expulsou mais de um milhão do paraíso
Foi Deus..."

Dono de uma inteligência e carisma raros, ele é daqueles professores adorados pelos alunos e admirados pelos colegas..
Muito obrigada pela presença nessa banca, Géber.. tenho certeza que seus comentários ajudarão, e muito, a melhorar o trabalho realizado...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A Banca : 2) Marcos Borges


Marcos Borges possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1975), mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação pela COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1981) e doutorado em Sistemas de Informação - University of East Anglia (1986). Realizou pós-doutorado na Santa Clara University (1994-1996) e na Universidade Politécnica de Valencia (2004-2005). Em 2001 atuou como Professor Visitante da Universidade de Paris VI. Atualmente é pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Informática da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Sistemas de Informação, atuando principalmente nos seguintes temas: groupware, workflow, engenharia de software e gestão de conhecimento. É membro do Corpo Editorial das revistas: Journal of Interactive Learning Research e Journal of Decision Systems. Mantém cooperação regular com professores das universidades: Universidade de Chile, Universidade de Lisboa, Universidade Politécnica de Valencia, Espanha, Universidade de Paris VI, França.
(fonte: http://lattes.cnpq.br/5378961528259963)




Marcos Borges tem acompanhado de perto os meus trabalhos acadêmicos. Ele foi da minha banca de mestrado, qualificação e proposta de tese de doutorado, e agora novamente no doutorado.

Uma imagem que guardo do Marcos é a sua elegância ao abrir garrafas de espumante.. me lembro na comemoraçao do meu mestrado, pedimos para ele fazer as honras e abrir a primeira garrafa e ele sacou do bolso um lenço branco, e delicadamente extraiu a rolha, fazendo apenas um pequeno "poc" ao final.. nada daqueles banhos de espuma (gastando metade do precioso liquido) e de ter que abaixar a cabeça para evitar receber no olho uma rolha perdida voando sem direção...
Feito isso, o protocolo continuou com ele me presenteando com a primeira rolha, ao dizer que é para dar sorte.. e reza a tradição que essa primeira rolha dada ao homenageado do dia realmente dá sorte..
E para completar a sessão, ainda naquele dia recebi uma aula impressionante sobre o método charmat de fabricação de espumantes... Pois, para quem não sabe Marcos nas horas vagas ataca de sommelier e ele é dos bons mesmo!

Obrigada pela presença e comentários valorosos em todas as minhas bancas que você participou, Marcos, e obrigada por novamente fazer parte desta banca de doutorado.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A Banca : 1) Claudia Werner


Cláudia Maria Lima Werner

é Bacharel Em Matemática Mod Informática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985) e doutora em Engenharia de Sistemas e Computação pela COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992). Atualmente é professora associada da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Engenharia de Software, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento baseado em componentes, orientacao a objetos, reutilizacao de software e engenharia de domínio.
(fonte: http://lattes.cnpq.br/9719247117370600 )





Cláudia foi a minha orientadora do Mestrado na UFRJ, junto com a Profa. Marta Mattoso. Ouvi de muitas pessoas que fizeram mestrado comentários de que os dias de reunião com os orientadores eram dias de stress absoluto. Eu posso dizer que esses eram os dias em que eu me sentia mais empolgada e motivada a seguir adiante. Em geral, eu sempre chegava às reuniões em crises existenciais e saía com a sensação de que tudo terminaria bem e de que eu estava em excelentes mãos.

Cláudia é uma presença super importante na minha formação acadêmica e com quem aprendi os primeiros passos do que é ser uma pesquisadora. Eterna fonte de inspiração e grande responsável pelo meu ingresso no doutorado, com seus incentivos e carta de recomendação.
Obrigada por tudo, Cláudia, e por ter aceito fazer parte da minha banca de doutorado!
Sua participação é realmente especial para mim...

20/10/2008 - Counting down... faltam 17 dias...



Agora começa a contagem regressiva para o grande dia!!

não consigo pensar em nenhuma outra coisa nos últimos tempos a não ser na defesa.. então desculpem por esse blog ter ficado entregue às baratas nos últimos meses e voltar agora com esse papo nérdico PhDêutico... mas, pensem por um lado bom.. só terão que me aguentar falando ainda de doutorado por mais 17 dias!!!
(isso pq eu ainda não comecei com os dramas existenciais do: o que vou fazer depois que isso acabar????? sim, pq isso enlouquece um!! o medo do futuro anestesia e paraliza)

mas, pois bem.. como estou no counting down, vou fazer um review da minha banca nos posts seguintes... e vou postar os meus agradecimentos tb.. como uma forma extra de garantir que quem nao tenha paciência de olhar a tese saiba que mesmo assim vcs têm participação importante no nascimento do CEManTIKA...

entao...

cenas dos próximos capítulos...

[29/09/2008] - Nasce CEManTIKA

Vocês não têm noção do stress que tenho vivido nos últimos meses e, especialmente, nas últimas semanas. Mas, agora é oficial (e espero que nenhum empecilho atrapalhe nada dessa vez)

A defesa está confirmada para o dia 20/10/2008 às 14h!!!

"CEManTIKA: A Domain-Independent Framework for Designing Context-Sensitive Systems"

esse é o nome da criança.
que nasceu às 07h28 do dia 29/09/2008.
teve que passar por uma pequena cirurgia corretiva às 8h49, mas agora passa bem.. com algumas cicatrizes.. mas nada que atrapalhe o seu interior..
é uma menina de coração bondoso.. embora com algumas marcas de nascença, frutos do parto à forceps.. tecnologia meio ultrapassada...

Quem tiver curiosidade em conhecer a minha filhinha mais nova, estou exibindo-a orgulhosamente em:
http://www.cin.ufpe.br/~vvs/cemantika/docs/2008_Thesis_VieiraV_CEManTIKA.pdf


“Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Tudo passa, tudo passará...
E nossa estória não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz
Teremos coisas bonitas para contar...
E até lá, vamos viver!
Temos muito ainda por fazer
Não olhe para trás
Apenas começamos!
O mundo começa agora...
Apenas começamos!”
– Legião Urbana

sexta-feira, 25 de julho de 2008

<29/09/2008>

Estive ausente desse blog por alguns dias, e hoje fiquei sabendo que tinham pessoas que consultavam seus Feeds pra checar se tinha algum post novo.. Não vou mentir que fiquei lisonjeada.. Então em homenagem a essa pessoa tão querida (beijo, Nancy!), resolvi postar alguma coisa..

E não podia falar de nada diferente a não ser o motivo do meu sumiço literário.. Sumi, por uma causa muito justa: um outro motivo literário.. Estou tentando terminar de escrever o meu segundo livro: a minha tese de doutorado! (o primeiro foi minha dissertação do mestrado!! não, ainda não tive tempo de escrever aquele romance de ficção que tanto sonho.. mas essse dia virá!!)

Se já escrevi um livro, e já plantei uma árvore, agora só falta mesmo fazer um filho pra poder garantir que perpetuarei para sempre minha existência aqui na Terra.. :-) nada mal! algum candidato a père??

Então, mas a boa notícia é que o meu suplício com o doutorado aparentemente já tem hora (ops, hora ainda nao tem nao) mas tem data para terminar: 29/09/2008. Aparentemente, porque nunca se sabe né?? Daqui até lá tudo pode acontecer.. Quem sabe? um escorregão idiota num dia de sol, a cabeça no meio fio???
Lembrei agora de Paxi, minha orientadora, que certa vez visitando um cemitério viu uma lápide escrita: "Aqui jaz, fulano de tal, Doutorando em bla bla bla"!!! foi a prova viva de que doutorado mata!!! rsrsrs relevem o humor negro e mórbido, mas é que o nervoso e a ansiedade faz isso com a gente, vocês entendem né?

Mas então! 29/09/2008!!
Essa foi a data escolhida para o grande dia: o dia da defesa!! Não posso negar que estou passando mal! Nunca me senti tão insegura em toda a minha vida! Acho tudo o que fiz durante esses 4 anos de doutorado uma grande perda de tempo, e fico horrorizada com o pouco que consegui produzir. Segundo minha amiga, guru e terapeuta nas horas vagas Jonice, se eu estou sentindo tudo isso, isso significa que o fim chegou!! Deus te ouça Jow!!

Bom, meus queridos amigos.. aqueles que gostam de mim, please, incluam meu nome nas orações de vocês.. façam oferendas pros seus orixás (nota: os meus protetores são Yansã e Xangô!), joguem moedinha na fonte dos desejos.. qualquer voto de boa sorte será bem vindo nesse momento..

Espero nesse dia (ou em um outro dia qualquer, afinal será numa segunda-feira!! nada glamorouso para uma comemoração pós-defesa), mas enfim... espero poder convidá-os para uma grande comemoração!! afinal, vou ter que confessar que essa vitória (caso se concretize) terá que ser muito comemorada pois sinceramente, nunca pensei que fosse tão sofrida essa transformação de lagarta pra borboleta (metáfora usada por Jonice pra definir a passagem de um ser humano qualquer para um doutor em ciências).

And that's all folks.. acabou o recreio: back to the thesis!

sábado, 7 de junho de 2008

Olhos Azuis - Jane Elliot - Uma aula sobre discriminação


Esse é um dos documentários mais incríveis que eu já vi.

Desde 1968, quando ganhou um Emmy pelo documentário “The Eye of the Storm”, a educadora americana Jane Elliot dedica-se à realização de workshops onde ela aplica um exercício de um dia de discriminação a um grupo de pessoas. O documentário Olhos Azuis conta a experiência de um desses workshops.

O workshop funciona da seguinte maneira:
Os participantes são expostos a um exercício de discriminação baseado na cor dos seus olhos. Os participantes de olhos azuis são marcados com um colar e são identificados como o grupo inferior. Todos os estereótipos negativos que geralmente são aplicados a mulheres, negros, homossexuais... por homens e pessoas brancas são aplicados a eles. Os que não possuem olhos azuis são designados como superiores e são incentivados a discriminar fortemente os "outros", chamados de forma depreciativa de "olhinhos azuis".

Durante o período de discriminação os olhos azuis são severamente criticados, xingados, tratados como inferiores, e tudo é atribuído somente à cor dos seus olhos. Frases do tipo: "isso só podia vir de um olho azul mesmo", ou "seu olhinho azul" (dita com total desprezo) são proferidos em vários momentos pelo instrutor e pelos participantes marcados como superiores. Os olhos azuis são obrigados a esperar um longo tempo em uma sala quente, sem comida, enquanto espera o início do workshop. Tudo isso para fazê-los se sentir realmente seres inferiores.

É muito impressionante ver o efeito da discriminação sobre o humor, auto-estima, auto-confiança e astral dos participantes. Como eles estavam ao início e como eles ficaram ao final. Muitos choram. Pedem que ela pare de tratá-los daquela maneira. E o mais interessante é que as vítimas de discriminação aqui são pessoas que fazem parte do grupo dominante na vida real, e portanto estao acostumados a discriminar e nunca a serem discriminadas.

Muitos questionam o método classificando-o como "cruel" e "desumano" (especialmente porque ela o aplica frequentemente em crianças da escola em que ela ensina). A professora já tem a resposta na ponta da língua e leva o espectador a refletir: se um dia, um único dia de discriminação causa tamanho efeito em uma pessoa, o que dizer de uma vida inteira cercada pelo preconceito? Como uma criança que é discriminada desde o momento do seu nascimento pode competir em igualdade com outra que é estimulada, amada e incentivada? Isso não é cruel? Não é totalmente desumano?

Um filme incrível, imperdível, para assistir com calma, refletindo sobre o que ocorre na tela, mas principalmente sobre nossas ações no dia a dia.. Será que muitas vezes não agimos como os olhos marrons sobre pessoas "de olhos azuis" por aí?

Descobri que alguém postou o filme legendado no youtube. Posto abaixo as duas primeiras partes, o restante pode ser encontrado nos links associados ao vídeo no endereço:
http://youtube.com/watch?v=4Ec22me4cQw&feature=related

Portanto, enjoy it! Só digo uma coisa: Vale a pena!! Mexeu muito comigo!



De olhos azuis - Blue eyed - Parte 1 de 12



De olhos azuis - Blue eyed - Parte 2 de 12

segunda-feira, 2 de junho de 2008

CitéU-Paris e Webfilme "Chambre 124"

Durante 5 dos 11 meses que fiquei em Paris, me hospedei na CIUP - Cité Internationale Universitaire de Paris, no Collège Franco-Britannique (ou Casa da França e Inglaterra)..

A Cité Universitaire é um enorme parque situado ao Sul de Paris onde foram construídas cerca de 37 residências. Atualmente por volta de 5500 estudantes e pesquisadores originários de 126 países moram lá enquanto realizam seus estudos na cidade luz.

A primeira maison (casa em francês) foi construída em 1922, e as outras 36 entre 1925 e 1960. Cada país foi responsável pelo projeto e construção da sua casa, e o resultado disso é uma profusão fantástica de estilos arquiteturais (veja mais fotos que eu tirei aqui). Toda a organização da Cité fica em uma casa chamada Maison Internationale, um prédio central construído em 1935 no estilo Luis XIII. Ali encontram-se uma grande biblioteca, restaurante universitário, piscina, teatro, banco, etc.

O Brasil tb tem a sua casa, a Maison du Brésil, que é uma das mais ativas em termos culturais. Ela funciona como um pólo de difusão da cultura brasileira em Paris. O projeto do prédio ficou a cargo do suiço Le Corbusier, e do brasileiro Lúcio Costa e foi construído em 1959 e inteiramente reformado em 2000.

Todo esse papo sobre a CIUP foi pra falar de uma época muito feliz e marcante da minha vida, e também para incentivar que vocês assistam o filme abaixo, dirigido em 2005 pelo brasileiro Fábio Brasil.. Foi ambientado e financiado pela CIUP. É bem bonito e faz refletir na vida...
Assistam!
Fotos no Picasa:
http://picasaweb.google.fr/vaninha.vieira/CitUniversitaire


Filme Chambre 124 - Parte I





Filme Chambre 124 - Parte II

sexta-feira, 30 de maio de 2008

"All Beauty Must Die"

O post anterior falava de Camille Claudel, e de como uma das escultoras mais talentosas de todos os tempos, encerrou seus dias numa prisão perpétua, em um hospício, esquecida e abandonada..
E o que a conduziu a essa insanidade??

Amar...
Amar a pessoa errada!
Amar alguém que não correspondia à altura o seu amor ...

Depois, fui apresentada a uma música muito triste e bonita, cantada por Nick Cave e Kylie Minogue, chamada "Where the Wild Roses Grow"..
ela conta a história de um casal, que se conhece, se apaixona perdidamente..
o homem vê a moça como "the one", aquela perfeita, linda como as rosas silvestres.. porém, em um ato de inexplicável insanidade conclui que "all beauty must die", toda a beleza deve morrer.. e o que faz?? mata-a à beira do rio onde as rosas silvestres crescem... (veja o vídeo clicando aqui)


...
From the first day I saw her
I knew she was the one

She stared in my eyes and smiled
For her lips were the colour of the roses
That grew down the river, all bloody and wild
....
On the second day I brought her a flower
She was more beautiful than any woman I'd seen
I said, "Do you know where the wild roses grow
So sweet and scarlet and free?"
...
On the third day he took me to the river
He showed me the roses and we kissed
And the last thing I heard was a muttered word
As he knelt above me with a rock in his fist

On the last day I took her
where the wild roses grow

And she lay on the bank,
the wind light as a thief

And I kissed her goodbye,
said "All beauty must die"

Lent down and planted
a rose between her teeth


Naquele lance de um pensamento leva a outro me lembrei de uma outra música, de Raul Seixas, que eu achava também bonita e triste, chamada "A beira do pantanal", onde ele conta a história do homem que matou a mulher que amava e que dizia assim:

Foi lá na beira do Pantanal
Seu corpo tão belo enterrei

Foi lá que eu matei minha amada

Sua voz na lembrança eu guardei:

"Por que, meu querido

Por que, meu amor

Cravaste em mim teu punhal?
Meu peito tão jovem sangrando assim

Por que esse golpe mortal?"

Assassinei quem amava

Num gesto sagrado de amor

O sangue que dela jorrava

A sede da terra acalmou
E lá onde jaz o seu corpo
Cresceu junto com o capim

Seus lindos cabelos negros
que eu
regava como um jardim

A lei dos homens me condenou:

Perpétua será tua prisão
Porque foi eu mesmo quem calou

Com aço aquele coração

E eu preso aqui nessa cela

Deixando minha vida passar

Ainda escuto a voz dela

No vento que vem perguntar:


"Por que, meu querido
Por que, meu amor

Cravaste em mim teu punhal?

Meu peito tão jovem sangrando assim

Por que esse golpe mortal?

Cravaste em mim teu punhal

Por que esse golpe mortal??


Aí eu me pergunto:

quando é que o amor vira essa coisa monstruosa que faz com que os amantes percam o senso da realidade e cometam atos tão cruéis...
e contra alguém a quem supostamente só deveriam dar carinho, afago, cuidados??
Quando o amor vira ódio?
Ou quando o amor passa para o limite da insanidade?
Existe outro sentimento que mova essa fúria de matar que não seja o ódio?
Ciúme? Obsessão?
O que? alguém me explica, por favor?


Um dos meus maiores medos na vida sempre foi o de me envolver com um psicopata!
Tanto que desde novinha sempre que eu começava um relacionamento essa pergunta clássica aparecia: "Você não é um psicopata, é?"

brincadeiras à parte... se alguém souber uma fórmula para reconhecer um psicopata, me avisa, please!.. :)

Pior que esse Nick Cave tem a maior cara de psicopata..
como a Elisa Day/Kylie Minogue foi cair nessa roubada???

Ah eh, esqueci... psicopata que se preze nunca tem cara de psicopata... =/

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Camille Claudel


"A imaginação, o sentimento, o imprevisto que surge do espírito desenvolvido é proibido para eles, cabeças fechadas, cérebros obtusos, eternamente negados a
luz". Camille Claudel (1864-1943)

Nenhum museu de Paris me provocou tantas emoções quanto o Museu Rodin... Primeiro porque ele é diferente da maioria, uma vez que as obras não ficam estáticas, frias, em uma sala fechada, cercada por redomas de vidro.. elas se espalham por onde antes era a casa do escultor, invadindo seu belíssimo jardim e os antigos quartos e salas daquela mansão. Lá onde antes viveram Rodin, sua esposa Rose, e certamente por onde passou Camille Claudel, sua amante..


"La Valse",
Bronze
(1892-1895)
A primeira versão onde os dançarinos apareciam nus, foi julgada inaceitável. Então, Camille acrescentou um manto, reforçando o efeito de movimento da dança.


Incentivada pelo pai, Camille Claudel pôde desenvolver sua vocação artística, dedicando-se aos seus primeiros estudos de escultura. Aos 17 anos mudou-se para Paris, onde foi recomendada a Rodin. Foi sua aluna, discípula, colaboradora e amante.



"L'age Mur, A Idade da Maturidade"

Camille se inspirou em sua separação de Rodin para compor essa obra, uma vez que ele escolheu na época ficar com sua esposa, Rose Beuret, ao invés de assumir sua relação com Camille. Ela faz então nessa obra uma alegoria do homem de idade madura, dividido entre a juventude (Camille) e a velhice (Rose). Essa obra aparece em duas versões.


"L'age Mur"
Primeira versão
(1893)

Aqui o homem parece hesitar, e a desproporção dos seus braços afastados acentua o caráter dramático da composição.


"L'age Mur"
Segunda versão
(1899)
Aqui, a ruptura é consumada. As mãos da jovem suplicante,
imagem de Camille, são separadas das do homem, envolvido pela velhice.



Após a ruptura, que marcaria profundamente Rodin e sua obra, o sentimento de fracasso afetivo e a solidão encaminharam a frágil estrutura emocional de Camille ao desespero, ao ressentimento e ao ódio de seu antigo companheiro.

Passou a viver isolada em seu atelier, restrita a um espaço úmido e mal conservado. Vivendo pobremente, assistiu cerraram-se suas oportunidades como escultora uma vez que lhe faltavam encomendas para obras em espaços públicos, o que atribuía a influências nefastas de seu antigo mestre. Passou a esculpir para logo em seguida, destruir e enterrar seus estudos e maquetes.

Dessa maneira, melancolicamente foi internada por sua família num asilo de alienados, em 1913. No hospício, ficaria reclusa e quase esquecida de seus poucos amigos e familiares, até falecer em 1943.


A arte de escrever...

Recebi o texto abaixo da minha querida irmã Delcina (será que foi uma indireta???)
Achei muito engraçado e por isso posto aqui...

Agora fiquei num dilema: será que eu não deveria pedir ajuda a uma pessoa que nunca teve acesso a estudo para escrever a minha tese??
Quem sabe assim eu não me livro, finalmente, do Exu, Tranca Tese ??



A ARTE DE ESCREVER...

*
QUANDO SE TEM DOUTORADO:
*
O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum Linneu, 1758, isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e arestas
retilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente à provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo de alta viscosidade, produzido nos órgãos especiais existentes na Apis mellifera, Linneu, 1758. No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito, e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.

*
*QUANDO SE TEM MESTRADO:
*
A sacarose, extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.

*
*QUANDO SE TEM GRADUAÇÃO:
*
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem o sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas, todavia não muda suas proporções quando sujeito a compressão.

*
*QUANDO SE TEM ENSINO MÉDIO:
*
Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.

*
*QUANDO SE TEM ENSINO FUNDAMENTAL:
*
Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.

*
*QUANDO NÃO SE TEM ESTUDO:
*
Rapadura é doce, mas não é mole, não!!!



E tenho dito...

sábado, 24 de maio de 2008

Histórias de Assombração: A Perna Cabeluda!!


"Galeguinho do Coque não tinha medo
não tinha, não tinha medo
da Perna Cabeluda..."

Quando eu era criança pequena lá em Barra da Estiva, a gente gostava de brincar de contar histórias de fantasmas pra botar medo em nós mesmos.. sei que é um certo sado-masoquismo que as crianças costumam ter.. mas a idéia era contarmos uns pros outros as histórias mais escabrosas e assustadoras que conhecíamos.. e depois fatalmente íamos pra casa agarrados uns nos braços dos outros, com medo de encontrar com a mula sem cabeça, ou com o lobisomem, ou outro ser assustador por aí..

e quando as histórias envolviam pessoas mortas e o contador jurava de pé junto que viveu aquela situação sobrenatural??? "I see dead peeeeople..."
Impossível dormir depois!!! Nessas horas é muito bom ter muitas irmãs.. eu sempre elegia a cama de uma delas pra pedir arrego.. isso quando não ia pra cama de mainha e pedia pra ela segurar a minha mão até eu conseguir pegar no sono..

Mas eu acho que nenhuma cidade é tão cheia de lendas urbanas e histórias de assombração como o Recife.. aqui essas histórias são celebradas como parte da cultura da cidade...
Outro dia fui conferir um evento mensal muito interessante que tem por aqui, chamado Recife Assombrado..
A proposta é uma encenação a céu aberto das histórias de assombração mais famosas da cidade no local onde o povo afirma de pé junto que as mesmas aconteceram... e olha, são muitas mesmo!!!

Uma das histórias que eu acho mais engraçadas (desculpa, caros recifenses, mas essa só dá pra rir, não consigo sentir medo), é a história da Perna Cabeluda!!!
Essa é talvez a lenda urbana mais famosa do Recife, pelo menos todo mundo daqui já ouviu essa história e já morreu de medo de encontrar a tal Perna Cabeluda que corre sozinha e dá chutes nas pessoas.. até Chico Science incluiu uma referência a essa criatura em sua "Banditismo".. e essa lenda apareceu contada em um comercial antigo da HSBC (veja o video).

Para os não recifenses, leiam essa história "macabra" abaixo:


Contam os antigos moradores do Recife que nos anos 70 essa criatura assustadora rondava e aterrorizava os desavisados transeuntes que andavam à noite em lugares ermos e ruas desertas do Recife.
Segundo contam os que tiveram o desprazer de conhecê-la pessoalmente, trata-se de uma perna, tão somente um membro humano inferior coberto de pelos asquerosos que parece ter vida própria e se desloca aos pulos. Com se a visão do seu aspecto perturbador não fosse o bastante para gelar qualquer coração, a Perna ainda costuma atingir as pessoas com poderosos chutes, golpes precisos que, na maioria das vezes, vão direto ao traseiro das vítimas: homens e mulheres de várias idades e classes sociais conheceram a ira insana da amaldiçoada assombração.

Nas palavras do poeta José Costa Leite, no folheto de cordel "A Véia Debaixo da Cama e a Perna Cabeluda", publicado nos anos 70:

Correu atrás dum sujeito
Que voltava dum forró
Ele viu a perna preta
E correu de fazer dó
A perna cabeluda e feia
Correu quase légua e meia
Atrás, no seu mocotó

Zé Soares no Recife
Viu a perna cabeluda
Em Água Fria e saiu
Numa carreira raçuda
Mas a perna disse assim:
Meu filho espere por mim
porque eu sou boazuda



Por mais patética que a história possa parecer, aqui no Recife há aqueles que juram por tudo que é mais sagrado que conhecem alguém que conhece alguém que já teve um encontro macabro com essa criatura asquerosa de pêlos peçonhentos!!!

Agora eu queria saber.. e aí na sua terra??
o que lhe metia medo quando você era criança??


sexta-feira, 23 de maio de 2008

Vida de Doutorando: Exu Tranca Tese


Outro dia conversando com minha amiga Livia Antonia,
e desfilando meu eterno rosário de lamentações:
que esse doutorado acaba comigo mas eu não acabo com ele,
que eu sempre acho que mês tal eu termino,
e quando vejo mês tal chegou..
e a tese está quase no mesmo ponto em que estava antigamente.

entao, ela compadecida com minhas lamúrias, diagnosticou o meu problema e me apresentou a cura para ele, que nesse momento eu compartilho com vocês:

Ela disse que eu tinha um EXU TRANCA TESE na minha vida..

o diagnostico ela descobriu nessa comunidade do Orkut:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1198557

Ler o texto de abertura da comunidade já foi um alívio pra mim, por ver que o meu problema é compartilhado por muitos:

"Você está na reta final da sua tese, dissertação ou monografia???
Você sente que existe uma força misteriosa que tira seu ânimo?
Faz seu orientador adoecer ou sumir do mapa inexplicavelmente?
Seu computador quebra ou é roubado com todos os seus dados e análises?
Lamento ser o portador dessa má notícia, mas...

VOCÊ TEM UM EXU TRANCA TESE NA SUA VIDA!!!

Junte-se a nós para exorcizar essa entidade que tantos problemas nos traz!!!"


e o melhor de tudo é que eles têm a solução para os nossos males!!!
Basta rezar a oração à Nossa Senhora Destrancadora de Teses!!
Seus problemas acabaram!! Livre-se do Exu, tranca tese!
Você deve evocar esta oração toda vez que for vítima de alguma das artimanhas do "Exu Tranca Tese" ou se quiser apenas proteção contra essa entidade!!!

"Nossa Sra. Destrancadora das Teses,
em ti confiamos para a proteção contra o Exu Tranca Tese,
nos proteja de:
Queimação de pen drive;
bibliografia em alemão;
visita fora de hora;
linha no word que não sobe com "del";
fotocopiadora quebrada.
Dá-me encontros com o orientador no corredor da Universidade
e livro emprestado com data de devolução pra 2050.
Ah, senhora,
livra-me também das perguntas indiscretas,
das dúvidas fora de hora,
e das certezas idem.
Ajuda-me a lembrar dos nomes dos autores
e da pronúncia deles,
assim como do modo como se faz notação de revistas.
Nossa Senhora,
livre-me de pensamentos acerca de minha tese durante meu sono.
Que eu possa dormir o sono dos justos impunemente,
sem que eu tenha que me levantar ou acender a luz
para anotar insights invasivos que detonam minha mente
quando preciso descansar para mais um dia de batalha!
Que tais pensamentos venham na hora certa,
quando me sento diante de meu PC
e eu não me torne um zumbi.
Ó Senhora,
desperta no meu orientador uma enorme vontade de ler minha tese.
Que ele a leia com olhos vigilantes,
para não deixar passar nenhuma monstruosidade,
mas também com olhos piedosos,
para me deixar enfrentar a banca.
E que a banca, Senhora,
me dê os apertos que achar necessários,
mas que ao final
assine a poderosa ata,
redenção final dos meus inúmeros pecados.
Nossa Senhora,
meu orientador insiste em dizer
que a minha tese está, entre aspas, uma merda,
mas eu sinto que a Senhora vai me dar um luz bem forte
e lançar como de um passe de mágica,
artigos que abram meu cérebro tão debilitado por tamanha pressão.
Minha Santa querida,
já que eu fiz esta escolha na minha vida
e sinto-me na obrigação de terminar,
me dá forças para não matar um!

AMEM!!!!"



(parenteses para alguns esclarecimentos)
Brincadeiras à parte...

como boa baiana e solidária ao sincretismo religioso, e totalmente contrária ao preconceito que cerca o candomblé, religião dos nossos ancestrais africanos, sinto-me na obrigação de esclarecer algumas inverdades sobre o que é o Exu...

Muitos pensam que Exu é sinônimo de Diabo, do coisa-ruim, do Satanás..
mas non non non

Exu combate o mal, devolve o que mandam de ruim, é justo, tem eqüidade em suas decisões e em seus trabalhos. Ele não é, e nunca foi o diabo.
Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos,
emissário entre os homens e os Orixás,
lutador contra o mal, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.
Exu não faz mal a ninguém, mas joga para cima de quem merece,
quem realmente é mau o mal que essa pessoa fez a outra.
Ele devolve, as vezes com até mais força, os trabalhos que alguns fizeram contra outros.
Por isso, algumas pessoas consideram esse Orixá malvado.
As vezes temido, as vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo.

terça-feira, 20 de maio de 2008

As agruras de ter um nome incomum

Cena 1 [ext] (portaria de um edifício residencial)
V.: Bom dia, o Mauro, por favor?
porteiro: Seu nome, por gentileza?
V.: Vaninha
porteiro: Só um minuto... Sr. Mauro? a DONA VANIA está aqui...
V.: =/


Cena 2 [int] (solenidade de defesa - uma sala da UFPE)

presidente da banca: Daremos início agora à defesa de qualificação do doutorado da aluna Vaninha..... mas... é Vaninha mesmo!!?? achei que era Vânia!
(todos riem)
(V. dá um sorrisinho amarelo e pensa: até tu, Brutus??)


Cena 3 [ext] (Repartição pública. Fila para tirar RG)

funcionário: Seu nome, por favor?
V.: Vaninha Vieira
funcionário: Vaninha? Não seria Vânia?
V.: Não senhor, é Vaninha. Assim mesmo, no diminutivo (e pensa: acha que não sei o meu próprio nome??)
funcionário: Olha, vou falar com meu supervisor, mas acho que a senhora não vai poder tirar o seu RG não. Vaninha não é nome, é apelido!! Quem foi que registrou a senhora assim??
V.: =/
(e pensa: pra que lugar devo mandar o senhor mesmo??)
(e ainda: ah, mainha, minha mãe... porque?? me diga, porque??!!)



Cena 4 [int] (Uma academia de fisioterapia em Paris, França)

V.: Bonjour, je viens pour le kiné.
kiné: D'accord. Quelle est votre nom?
V.: Vaninha Vieira
kiné: Vániná? ah la la... comme la chanson de Dave?
V.: Quelle chanson? C'est qui Dave?
kiné: Tu ne connais pas?? Marcel!! Tu te souviens de la chanson de Dave, Vanina?
Marcel: "Vanina, rappeles-toi... Vanina, si tu m'oublies... Vanina ha ha ha..."
kiné: Oui, oui, exactement... Vanina ha ha ha ...
V.: ah bon? c'est genial!!! =/
(et pense: raios!! mas, nem na França???)

(tradução)
V.: Bom dia. Vim para a fisioterapia.
fisio: Ok. Qual é o seu nome?
V.: Vaninha Vieira
fisio: Vániná? ah la la... como na música de Dave?
V.: Que música? Quem é Dave?
fisio: Você não conhece?? Marcel!! Você se lembra da canção de Dave, Vanina?
Marcel: "Vanina, lembre-se... Vanina, se você me esquecer... Vanina ha ha ha..."
fisio: Sim, sim, isso mesmo... Vanina ha ha ha ...
V.: ah é é? que massa!!! =/ (e pensa: raios!! mas, nem na França???)

Pra quem quiser conhecer essa música breguíssima dessa figura ímpar chamada Dave, aqui está o vídeo.. Vanina.. eu mereço! E coincidência é que ela estourou justo no ano em que eu nasci!!


Esse post foi inspirado no PHD Comics da semana passada:


Dedico aos amigos Helô (que não é Heloísa), Therezinha (que não é Thereza), Silvinha (que não é Sílvia), Serginho (que não é Sergio), outras Vaninhas (sim sim existem outras!), Tom, Zeca, Fred, Moreno, Preta, Brisa, Manhã, Ed, e todos os que já foram vítima de alguma piadinha por portar um nome incomum...