Entrei nesse espaço novamente, por acaso, meio que lembrando: oh, eu tenho um blog, né? e vi que o último post foi sobre o filme do Tarantino.. Bastardos .. há milênios atrás..
geralmente, venho ao blog escrever quando quero compartilhar algo, uma sensação, um sentimento, um evento, ou uma obra de arte de artistas ou da natureza (lugares)..
pode parecer que de novembro pra cá nada aconteceu de interessante.. mas muito pelo contrário.. tinham tantos posts que gostaria de ter escrito..
andei lendo muito memórias de Zélia Gattai, sobre a vida dela com Jorge Amado, quis escrever sobre isso.. sobre "A casa do Rio Vermelho".. farei ainda..
vi muitos filmes interessantes.. teve o Oscar para a primeira mulher diretora, num embate contra seu ex-marido (sugestivo, ahn?).. mas ainda não vi o filme.. não dá pra comentar..
ouvi muitas músicas e artistas.. inclusive com uma nova safra baiana de muito talento e novidade.. Neila Alcântara, Juliana Ribeiro, ... virá o tempo..
assisti excelentes manifestações teatrais e de dança... falarei delas em algum momento..
hoje senti vontade de falar de amigos, de amizade.. essa necessidade humana de se conectar a outro(s) ser(es) humano(s) para se sentir feliz, amado, acolhido.. sei lá o que..
tava assistindo um seriado interessante chamado Dexter, cujo personagem principal é um serial killer de serial killers.. em uma das falas dele ele comenta como se sente por dentro, vazio de sentimentos e emoções.. e como não entende essa necessidade humana de contatos sociais e conexões interpessoais..
por outro lado, em um sábado passado eu vivi um momento de vida, onde essa conexão humana nunca fez tanto sentido.. um almoço que começou às 11 da manhã e acabou com muito custo próximo de 01 da manhã..
no evento estavam amigos... bons amigos.. amigos de uma vida.. amigos que não possuem mais nenhum vínculo em comum que force a conexão e socialização (não são família oficial, colegas de trabalho, de faculdade, de canto, de sei lá o que).. não teríamos motivo algum para nos encontrar, caso não quiséssemos.. obrigação zero! e quando esses encontros ocorrem, a conexão de alma é tão intensa que o pensamento comum é: "Como conseguimos sobreviver sem isso?"
e essa sensação nos ocorre toda vez que nos reencontramos.. amizade de alma.. após a nova conexão a vida faz cada um ir pro seu lado novamente, mas com aquela sensação de que a conexão está ali, mais forte do que nunca, não precisa de amarras, de nós, laços e barreiras para se mostrar inteira.. ela existe, sabemos disso.. algumas vezes há a sensação de que o nó se desfez e de que perdemos para sempre.. nessas horas, basta um leve toque.. um momento, uma boa comida feita a várias mãos, uma boa garrafa de vinho, e logo o papo flui novo como nunca, as boas risadas nem um pouco forçadas, a vontade de que o momento dure para sempre, e a sensação de estar exatamente onde se desejaria estar interagindo exatamente com quem gostaria de interagir.. e a certeza de que amizades assim são raras.. e por isso mesmo são pra sempre.. não morrem.. e nos fazem perceber o quanto é bom viver...
"Amigo é coisa pra se guardar..
Do lado esquerdo do peito..
Dentro do coração
Mesmo que o tempo e a distância digam não!
O que importa é ouvir a voz que vem do coração..."
