E o que a conduziu a essa insanidade??
Amar...
Amar a pessoa errada!
Amar alguém que não correspondia à altura o seu amor ...
Depois, fui apresentada a uma música muito triste e bonita, cantada por Nick Cave e Kylie Minogue, chamada "Where the Wild Roses Grow"..
ela conta a história de um casal, que se conhece, se apaixona perdidamente..
o homem vê a moça como "the one", aquela perfeita, linda como as rosas silvestres.. porém, em um ato de inexplicável insanidade conclui que "all beauty must die", toda a beleza deve morrer.. e o que faz?? mata-a à beira do rio onde as rosas silvestres crescem... (veja o vídeo clicando aqui)
From the first day I saw her
I knew she was the one
She stared in my eyes and smiled
For her lips were the colour of the rosesI knew she was the one
She stared in my eyes and smiled
That grew down the river, all bloody and wild
....
On the second day I brought her a flower
She was more beautiful than any woman I'd seen
I said, "Do you know where the wild roses grow
So sweet and scarlet and free?"
...
He showed me the roses and we kissed
And the last thing I heard was a muttered word
As he knelt above me with a rock in his fist
On the last day I took her
where the wild roses grow
And she lay on the bank,
the wind light as a thief
And I kissed her goodbye,
said "All beauty must die"
Lent down and planted
a rose between her teeth
Naquele lance de um pensamento leva a outro me lembrei de uma outra música, de Raul Seixas, que eu achava também bonita e triste, chamada "A beira do pantanal", onde ele conta a história do homem que matou a mulher que amava e que dizia assim:
Foi lá na beira do Pantanal
Seu corpo tão belo enterrei
Foi lá que eu matei minha amada
Sua voz na lembrança eu guardei:
"Por que, meu querido
Por que, meu amor
Cravaste em mim teu punhal?
Meu peito tão jovem sangrando assim
Por que esse golpe mortal?"
Assassinei quem amava
Num gesto sagrado de amor
O sangue que dela jorrava
A sede da terra acalmou
E lá onde jaz o seu corpo
Cresceu junto com o capim
Seus lindos cabelos negros
que eu regava como um jardim
A lei dos homens me condenou:
Perpétua será tua prisão
Porque foi eu mesmo quem calou
Com aço aquele coração
E eu preso aqui nessa cela
Deixando minha vida passar
Ainda escuto a voz dela
No vento que vem perguntar:
"Por que, meu querido
Por que, meu amor
Cravaste em mim teu punhal?
Meu peito tão jovem sangrando assim
Por que esse golpe mortal?
Cravaste em mim teu punhal
Por que esse golpe mortal??
Aí eu me pergunto:
quando é que o amor vira essa coisa monstruosa que faz com que os amantes percam o senso da realidade e cometam atos tão cruéis...
e contra alguém a quem supostamente só deveriam dar carinho, afago, cuidados??
Quando o amor vira ódio?
Ou quando o amor passa para o limite da insanidade?
Existe outro sentimento que mova essa fúria de matar que não seja o ódio?
Ciúme? Obsessão?
O que? alguém me explica, por favor?
Um dos meus maiores medos na vida sempre foi o de me envolver com um psicopata!
Tanto que desde novinha sempre que eu começava um relacionamento essa pergunta clássica aparecia: "Você não é um psicopata, é?"
brincadeiras à parte... se alguém souber uma fórmula para reconhecer um psicopata, me avisa, please!.. :)
Pior que esse Nick Cave tem a maior cara de psicopata..
como a Elisa Day/Kylie Minogue foi cair nessa roubada???
Ah eh, esqueci... psicopata que se preze nunca tem cara de psicopata... =/
Um comentário:
Lembrei dessa outra música antiga, de Vicente Celestino, que Caetano gravou.. acho essa letra super forte e sempre me causava comoção imaginar as cenas pavorosas descritas.. aqui, não é o amado que mata a amada, mas mata pela amada.. a própria mãe!!!
Coração Materno
Composição: Vicente Celestino
Disse um campônio à sua amada:
"Minha idolatrada,
diga o que quer
Por ti vou matar,
vou roubar,
embora tristezas
me causes mulher
Provar quero eu que te quero,
venero teus olhos,
teu porte
o teu ser
Mas diga,
tua ordem espero,
por ti não me importa
matar ou morrer"
E ela disse
ao campônio, a brincar:
"Se é verdade
tua louca paixão
Parte já
e pra mim vá buscar
de tua mãe
inteiro o coração"
E a correr
o campônio partiu,
como um raio
na estrada sumiu
E sua amada
qual louca ficou,
a chorar
na estrada tombou
Chega à choupana o campônio
Encontra a mãezinha
ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha
aos pés do altar
Tira do peito sangrando
da velha mãezinha
o pobre coração
E volta à correr
proclamando:
"Vitória, vitória,
tem minha paixão"
Mas em meio
da estrada caiu,
e na queda
uma perna partiu
E à distância
saltou-lhe da mão
sobre a terra
o pobre coração
Nesse instante
uma voz ecoou:
"Magoou-se,
pobre filho meu?
Vem buscar-me filho,
aqui estou,
vem buscar-me
que ainda sou teu!"
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