segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Joyeux Noel et Bonne Année


Tive, nesses últimos dias, algumas demonstrações lindas de afeto de alguns queridos amigos e também da minha família.. aos que leram a trilogia do concurso, e acompanharam o dramarama que foi o Dia 03, peço que não se preocupem.. isso agora já é passado e já faço piada sobre o assunto.. foi de fato um dia ruim, aliás, péssimo.. mas passou.. como passam os dias.. e o senhor Tempo, o grande deus grego Kronos, é de uma sabedoria incrível e encontra as melhores soluções para os problemas mais complexos..
E, além disso, é Natal!!! ho ho ho
(quer dizer já passou né? mas vcs entenderam)
e isso significa: recesso de trabalho, férias com a família, dias em Barra da Estiva, comidas!! (nham-nham) e todas essas coisinhas boas que acompanham o bom velhinho (ok, sem esquecer as tais mensagens cristãs de amor e paz e reflexão... meditar e coisa e tal..)
fato é: que o Natal esse ano foi um dos melhores ever!! eu estava tão afim de não me estressar e de não me aborrecer, que resultado: foi só tranquilidade.. as pessoas viravam para mim perguntando: o que iríamos fazer, como ia ser a ceia desse ano, que dinâmicas faríamos, que leituras e reflexões iríamos propor para a familia, o que fazer para a ceia, vamos fazer os papeizinhos do amigo secreto, quem vai participar, o que eu compro pro meu amigo... e tudo o que eu conseguia dizer era: relaxe... tudo vai se resolver, tudo vai se encaixar.. tudo vai dar certo e terminar bem.. e como de fato.. tudo se encaixou, tudo se resolveu, e tudo ficou ótimo!! clima de paz e harmonia como há muito tempo nossa família não via.. o Natal do ano passado que o diga.. ficou para a história como o mais tenso de todos os tempos.. quem viveu, viu.. quem não viveu, nunca saberá...

e o Ano Novo se anuncia...
2009.. dois mil INOVE... adorei essa!!!
e realmente, é com esse espírito de buscar INOVAÇÃO que quero começar esse novo ano..
sempre tem aquelas velhas promessas de ano novo, né? nova dieta, fazer exercícios, fazer listinha de coisas que terei que fazer.. novo corte de cabelo, novo emprego, ter uma casa para chamar de minha, viajar.. e claro, as promessas chatas acadêmicas: publicar, publicar publicar.. meu PIA (Periódico Internacional A) vai ter q sair em 2009!! e tenho dito!
enfim... muitos planos, muitos sonhos, muitas coisas para realizar..
engraçado que quando eu voltei da França e revivi tudo o que eu tinha sonhado em fazer quando eu tinha 10 anos, me bateu uma super depressão, porque eu vi que já tinha feito tudo o que eu tinha me proposto na vida!! e eu tinha apenas 32 anos!! e pensei! meu deus... eu já posso morrer!!! sério, bateu neura total... eu vi que tudo o que eu queria fazer eu já tinha feito... não havia mais porque nem para que acordar todas as manhãs..
mas daí eu percebi que apenas era hora de renovar os meus sonhos.. traçar outros, criar novos desafios.. e sempre aparecem, não é? é incrível.. basta dar asas à imaginação e aos pensamentos que imediatamente brotam vários projetos aparentemente impossíveis, que tornam a vida totalmente excitante!!
e é nesse ponto exato em que me encontro agora.. e justo em dois mil INOVE...
deve ter alguma relação cabalística nisso tudo...
então.. só me resta correr atrás de realizar esses sonhos.. e que venham os próximos 32 anos!!!
agora, com menos dias de dramarama, por favor!!

(P.S.: As fotos dessa postagem são da minha querida cidade natal BARRA DA ESTIVA-BA.. pequena cidade da belíssima região da Chapada Diamantina - BA.. vale uma visita!!)





terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Trilogia de um concurso - Dia 03


Dias de dramarama...

Quando a gente pensa em desistir, sempre algo inesperado acontece...
Após uma grande desilusão, buscava eu uma razão para continuar aqui.. vagar pela cidade.. pensar no amanhã.. ir, voltar, prosseguir.. são tantas as opções.. porque uma escolha necessariamente implica em uma perda? Ganhar é algo tão grandioso assim, que temos que ser frequentemente lembrados da nossa fraqueza e pequenez?
Um café.. um capuccino.. não, grande, por favor! light, não.. normal! preciso de açúcar.. dane-se a dieta..
O telefone toca.. não, não é o meu.. também, se fosse eu não iria atender..
Porque? pra que? queria entender porque as pessoas são simplesmente incapazes de consolar os infelizes. E também são incapazes de celebrar verdadeiramente com os vitoriosos. Mas, com os infelizes a coisa é bem pior. Eles ficam complementamente sem ação, perdidos, sem saber o que dizer ou fazer: "Não fica assim", "isso vai passar", "outras oportunidades virão", "você vai tentar novamente, e agora mais preparada e com mais experiência", "pense positivo", "não chore"... não se mostre frágil, não admita a derrota, não assuma o fracasso como algo ruim, não dê créditos à sua dor ou ao seu sofrimento..
Aaaaaah! afinal, qual a dificuldade em entender que tem horas que tudo o que você quer é simplesmente sucumbir à sua dor e viver cada gotinha do seu sofrimento, degustar dessa intensa sensação de tristeza, melancolia, desamparo.. E sem muito drama também, por favor... A gente sofre um pouquinho, chora tudo o que tiver que chorar, até que chega um momento em que o sofrimento passa.. do mesmo jeito que ele veio, ele vai embora.. simples assim.. No big deal..
Mas eu acho que é importante viver aquele momento exato da dor.. É como celebrar uma vitória, um momento de alegria.. Quando estamos eufóricos, todos acham normal que a gente ria muito, pule muito e comemore muito...
Então, ora bolas, me expliquem porque não podemos sucumbir com semelhante entusiamo às situações de dor e tristeza?
Me deixem sofrer em paz!!! E, sem olhares piedosos, por favor!!
Ah, como seria bom ter um lugar onde eu pudesse ir agora curtir a minha tristeza... onde eu pudesse chorar sem me sentir constrangida e sem quem as pessoas me olhassem com aquele ar curioso e piedoso, como dizendo: "tadinha dela.. o que será que lhe aconteceu para estar assim, chorando na frente de todo mundo"...
porque as pessoas fazem tanto caso com umas lágrimas bobas.. será que se eu estivesse rindo à toa me olhariam com a mesma estranheza?? pior que olhariam tambem.. vc tem q chorar e rir nos momentos e lugares certos.. ai ai ai.. o que sua mãe lhe ensinou??
Eu declaro que eu não preciso de piedosas intenções... não quero ser acalentada, não quero ser consolada, quando eu chorar, simplesmente me deixem fazê-lo.. tenho esse direito!
Como queria esse lugar onde eu pudesse simplesmente chorar em paz.. bem, acho que sempre posso ir a um cemitério, parar na frente de um túmulo e fingir que acabo de perder uma pessoa muito querida, não é?? nesses casos, acho que chorar é mais do que permitido..
ou posso também pegar um segunda sessão de cinema.. sim, no escuro e se tiver sorte do filme ser um drama, sempre poderei ter o meu momento de dor particular, sem olhares furtivos... ok.. mais um Penelope Cruz então, por favor..

domingo, 21 de dezembro de 2008

Trilogia de um concurso - Dia 02


Ilusões...

Como é maravilhosa a sensação de nos acharmos protegidos, privilegiados, abençoados por forças divinas. Só quem já experimentou alguma situação sobrenatural, inexplicável, sem nenhuma relação lógico/científica, é capaz de entender essa sensação...
Não quero falar aqui como uma religiosa fanática, e nem como uma cética cínica. Fico inclusive indecisa sobre em qual desses dois lados me posicionar. Ora acho que não acredito em nada que não seja passível de prova concreta, ora coisas absolutamente sem qualquer sentido lógico/científico acontece só para me provar aquela filosofia batida de que 'há mais mistérios entre o céu e a terra do que blá blá blá..', sabe qual é né?
Ao ler essas divagações, você pode se perguntar: mas que raios passa pela cabeça dessa garota? E, afinal, qual foi essa tal experiência que ela viveu que causou tanta sensação nessa cabeça e espírito?
Bem, o fato é que aconteceu mesmo.. e como aconteceu! Mas, sei que se eu contar, provavelmente você não irá acreditar.. ou pior, vai me inundar com o seu cinismo, e certamente encontrará alguma explicação lógico/científica para justificar o meu evento sobrenatural, transformando-o em algo banal...
Então, eu me calo! É isso mesmo! Não falo nada... guardo para mim a minha experiência e deixo em você a curiosidade...
Afinal, não quero te convencer de nada.. e não quero opiniões nem divagações.. apenas, constato um fato: Como é doce acreditar em uma ilusão...

sábado, 20 de dezembro de 2008

Trilogia de um concurso - Dia 01


O desconhecido. As descobertas.


Algo que sempre me intrigou muito. Qual será a sensação de ser criança? Digo, em relação ao excesso de novidades e descobertas. Sim, porque para um bebê tudo, absolutamente tudo o que ele vê, toca, ouve ou sente é a mais pura novidade.. deve ser fascinante e o mesmo tempo assustador! Não é de admirar que elas já cheguem berrando a esse mundo. Deve bater o maior desespero se ver arrancado do lugar que você conhece tão bem, no qual viveu uma vida super confortável pelos últimos 9 meses, e de repente: vlapt! venha! e venha logo e venha rápido...
Já começa a esculhambação antes: do nada, simplesmente esvaziam a tua piscina, te deixando nadando no semi seco.. e nem avisam antes pra você se programar.. dali a pouco começam a te expulsar aos pontapés. E pra finalizar, ainda vem um cara que você nunca viu mais gordo, mete a mão dentro da tua casa e te arranca de lá à força... não satisfeito ele ainda te pendura de cabeça pra baixo e te arrasta pra uma mesa fria. Você começa a berrar: mamãe! mas ninguém te atende.
É.. mudar não é nada fácil. E nem enfrentar o novo.
Tudo bem, você deve pensar: você já viveu tudo isso, deveria saber exatamente qual é a sensação!
O curioso é que eu não me lembro de nada!
Talvez isso explique porque até hoje eu me meto nessas situações de enfrentar mudanças e o novo.. por pura amnésia!

Crônicas da vida pós doutorado


Só agora consigo voltar a dar um pouco de atenção a esse blog..
quando tínhamos parado eu estava vivendo um dos momentos mais incríveis e emocionantes da minha vida: a defesa de tese.. o fim do doutorado.. o fim de uma era.. e o começo de uma outra era.. do gelo!!
suplícios mil..
encarar a famosa depressão pós-doutorado.. somada à crise dos mais de 30.. Balzac que o diga...
agora, findo esse período crítico, decido-me a olhar para coisas e dizer o que penso delas.. com metáforas, com frases muitas vezes sem sentido.. não busco sentidos.. busco razões.. de uma maneira estranha, às vezes, pode ser..
se quiseres me acompanhar por esse delírio interno.. feel free..
mas tenho que avisar-lhe.. ler a loucura alheia pode ser prejudicial à sua saúde.. mental!

começo com a trilogia de um concurso...
minha primeira incursão por essa experiência absolutamente bizarra que é um concurso para o magistério superior..
onde por alguns dias você convive amigavelmente com o seu concorrente, inimigo.. e ao fim da batalha ainda querem que você olhe para aquele que tirou o seu emprego, aperte sua mão e faça projetos de colaboração conjunta...

festa estranha com gente esquisita..