sábado, 10 de abril de 2010

Dia 02 - Paris: Grands Boulevards e Montmartre

A necessidade de comprar o plug do meu computador foi o impulsionador da minha saida de casa na tarde cinzenta de 10 graus.
mas bastou botar o pé na rua pra sentir a vida da cidade e a vontade de caminhar por ali. Porque Paris tem disso: é uma cidade que te chama para conhece-la a pé.
nunca andei tanto numa cidade como ando em Paris.

E ja na saida vem a duvida: pra onde vou?
percebi ali que vim a Paris sem qualquer roteiro planejado. Sem a menor ideia do q ver, do q fazer, onde quero ir ou nao. A unica certeza era: quero me sentir mais turista que morador, e quero visitar os lugares que nao tinha o habito de ir.
Por isso, na decisao entre ir a Chatelet (1o distrito) ou ao Grands Boulevards (9o distrito) para procurar o plug optei pela 2a opcao. Nao pq nunca tivesse ido, mas pq eu ia muito a Chatelet antigamente.

no metro, outra surpresa: percebi q nao lembrava mais nada das linhas. eu me orgulhava de conseguir ir praticamente a todo lugar em Paris sem o mapinha q acompanha todo turista q se preze aqui, com as indicacoes das linhas do metro e do trem. mas ali parada no meio da estacao me senti mais turista e estrangeira do que nunca. mapa na mao, me rendi à ignorancia e procurei onde ir.

na volta, achei que Paris era mais bonita de olhar na superficie do que dentro do metro estressante e voltei a pé pra casa, percorrendo uma distancia de uns 4km, pelo meio de ruas, casinhas lindas, ladeiras, pela Opera Garnier (o teatro que inspirou o municipal do Rio), as grandes galerias Lafayette e Au Printemps, com vitrines lindissimas, a praça Saint-Lazare, a igreja de Saint-Sulpice (onde o coral que eu cantava se apresentou), a Sacre-coeur, a praça dos pintores no coracao de Montmartre...
os mais de 4km pareciam nada..
tudo bem que a noite terminou comigo jogada no sofa de roupa e tudo, e bem francesa: sem banho, sem escovar os dentes, nem nada. Mas sempre podemos culpar o fuso horario por isso...

Notas dissonantes:

- falta de informaçao no aeroporto, que causou toda aquela confusao com as malas
- limpadores de vidro de carro nas ruas (podem acreditar nisso? que tem isso aqui em Paris??)
- os MUITOS mendigos pelas ruas pedindo esmola e portando os seus cachorros (pq se eles possuem animais de estimacao eles conseguem mais ajuda do Governo)
- uma senhora idosa de muletas e visivelmente MUITA dificuldade de locomoçao, subindo as escadas do metrô sozinha, sem ajuda. Ninguém indignado com a situacao da falta de elevadores ou escada rolante naquela estação.
- a sujeira de Paris, as milhares de infiltrações do metrô
- a conhecida correria dos parisienses no metrô, quase voando escadaria abaixo, se jogando dentro dos trens, ou se arriscando entre os carros na rua, para ganhar 1 minuto entre um trasporte e outro

Pontos altos:

- melhor parte do dia sem duvida: rever Marine e conversar com Marine. Grande amiga, pessoa muito especial, que eu nao via ha anos e que gentilmente aceitou me hospedar.
- tomar um bom café em um café parisiense
- tomar um bom vinho de Bordeaux, que custa apenas 5 euros a garrafa
- ver a exuberância ousada e metida de Paris com suas vitrines imponentes de grifes famosas do Grands Boulevards
- curtir a vida bucolica e romantica de Montmartre com turistas, artistas e jovens parisienses
- ver as vitrines das padarias com sua exposicao de doces (os mais lindos do mundo) e paes
- ver a exposicao de milhares de temperos diferentes do mundo inteiro e pensar: temos muito o q aprender em termos de culinaria com esses franceses
- lidar com a confusao de sentimentos do tipo: amo Paris, nao amo Paris
- redescobrir o amor por Paris na longa caminhada pelas ruas e vielas

Dicas:

- fazer o caminho para a Sacre-coeur pelo caminho paralelo ao dos turistas. muito mais agradavel e ver as muitas vitrines das pequenas lojinhas de tudo o q ha nao tem preço.

2 comentários:

Soraya G. Maciel disse...

Suas palavras fazem com eu nem precise fechar os olhos pra imaginar cada lugarzinho que você descreve...
Muito massa!
Bjusss!

Jaqueline Moreira disse...

Oi Vaninha querida, a sua descrição me deu uma saudade imensa de Paris e de você, eu e Eliane fizemos este caminho, fomos procurando o bondinho para subir,depois de muito andarmos quando vimos já estávamos em Montmartre e logo depois em Sacre-coeur. Paris é uma cidade maravilhosa para andar, mesmo quando tenha que se pegar os corridos mas práticos metrôs. Beijos e Saudades. Jaque(Moreira)