sexta-feira, 19 de junho de 2009

Seu nome é Harriet Tubman





Come on up, I got a lifeline come on up to this train of mine.

She said her name was Harriet Tubman
and she drove for the Underground Railroad..



Antes de fevereiro desse ano eu não fazia a menor idéia de quem vinha a ser a senhora Harriet Tubman. Até que chegou aos meus ouvidos uma das músicas de trabalho do Coronlaine que levava o seu nome, e cuja coreografia remetia a correntes, escravidão e libertação. Fiquei curiosa e fui atrás de mais informações sobre essa pessoa que iríamos interpretar. Você sabe quem foi Harriet Tubman?

Harriet Tubman na verdade nasceu batizada com o nome de Araminta Ross. O Harriet é o nome da sua mãe e Tubman é o sobrenome do seu primeiro marido. Ela nasceu escrava em 1820 em Maryland, EUA, como propriedade de Edward Brods, dono de uma plantação de cana.

Harriet sempre foi muito rebelde e inconformada com a condição de escrava. Ela sonhava com o Moisés que a conduziria até o Norte dos EUA: lugar onde ela poderia ser livre. Em 1835, ela foi apanhada em uma luta e atingida na cabeça com um peso de metal lançado pelo seu dono. Esse golpe profundo na testa quase a matou, nunca sarou e lhe causou constantes dores de cabeça, ataques epilépticos, poderosa atividade visionária e de sonho, e crises de hipersonia que ocorreram durante sua vida inteira. Mas, ela sobreviveu!!

Em 1844, ela conseguiu permissão do seu dono para se casar com John Tubman, um homem negro livre. Ela vivia então em semi-escravidão, poderia viver com o seu marido na casa dele, mas ainda pertencia ao seu dono. Mesmo sem o apoio do marido, Harriet fugiu de casa, sem comida, sem dinheiro, sem saber para onde ir, acompanhada de três dos seus irmãos. Os irmãos desistiram e acabaram voltando para trás. Mas Harriet acabou fugindo sozinha. Ela disse:

“Tenho o direito à liberdade ou à morte. Se eu não puder ter uma, terei a outra.”

E em 1849 ela alcançou a liberdade na Philadelphia. Sobre o gosto da liberdade, ela disse:
“O sol vinha até mim como se fosse ouro, através das árvores e dos campos. Sentia-me no céu."

Mas ela não queria ser livre sozinha e retornou a Maryland várias vezes para resgatar a sua família. Para isso ela utilizou a rede de ativistas abolicionistas e abrigos conhecida como "Underground Railroad". Ela trabalhava como condutora do Underground railroad e realizou dezenove viagens para conduzir cerca de trezentos escravos à liberdade.


O Underground Railroad é um símbolo muito importante na história da liberdade dos escravos dos EUA. Estima-se que cerca de 100.000 escravos fugiram com a ajuda dessa rede abolicionista.

Harriet se orgulhava de "nunca ter perdido nenhum passageiro". Como armas ora ela se disfarçava de velhinha frágil ou então de homem. Ela usava as canções como um código secreto. Quando era seguro sair dos esconderijos, ela cantava uma canção alegre; Ela tinha uma voz profunda e rouca, que era facilmente reconhecível pelos foragidos.

Hundreds of miles we traveled onward
Gathering slaves from town to town
Seeking every lost and found
Setting those free that once were bound
Somehow my heart was growing weaker
I fell by wayside sinking sand
Firmly did this lady stand
Lifting me up and taking my hand

Um pouco do horror da escravidão pode ser vista nesse musical sobre Harriet Tubman. Nesse vídeo, eles encenam um leilão de escravos. Bonito, triste, chocante e deprimente!




Durante a guerra civil americana, Harriet trabalhou para o exército do Norte como cozinheira, enfermeira, batedora e espiã. Ela foi a primeira mulher a liderar uma expedição armada na guerra e guiou o ataque no rio Combahee, que libertou mais de setecentos escravos! Danada essa Harriet, não? Lembre-se que estamos falando aqui de 1860!!!!


Com o fim da guerra, Harriet foi, ainda, ativa militante no movimento para o sufrágio feminino. No fim da vida, foi tomada por uma doença e se internou em uma clínica para idosos afro-americanos que ela mesma havia ajudado a abrir anos antes.

Ela morreu em 1913, mas se tornou imortal ao virar um ícone americano de coragem e de liberdade.

Esse trabalho de libertação lhe rendeu o apelido de "Black Moses", em referência a “Moisés” e sua caminhada de libertação dos israelitas da escravidão egípcia rumo a Canaã, a Terra Prometida.

Who are these people dressed in red?
They must be the ones that Moses led

A música que motivou esse post pode ser vista em versão à capella nesse vídeo do YouTube.



2 comentários:

Jonice Oliveira disse...

Adorei a história desta guerreira!
Inconformada, guerreira, idealista, perseverante... Gosto de aprender sempre sobre pessoas assim, tão especiais... Adorei!

Vaninha disse...

Ela é incrível mesmo, né Jow?
Toda vez que canto essa música no Coronlaine, eu me arrepio, imaginando como foi a vida dessa mulher! e o nosso maestro faz questão de contar a história dela para as pessoas que vão nos assistir.. ela é mesmo um exemplo a ser seguido! por isso quis compartilhar aqui..
que bom q vc gostou! e q bom q vc voltou a comentar no meu blog!! :-)
beijo grande