terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Trilogia de um concurso - Dia 03
Dias de dramarama...
Quando a gente pensa em desistir, sempre algo inesperado acontece...
Após uma grande desilusão, buscava eu uma razão para continuar aqui.. vagar pela cidade.. pensar no amanhã.. ir, voltar, prosseguir.. são tantas as opções.. porque uma escolha necessariamente implica em uma perda? Ganhar é algo tão grandioso assim, que temos que ser frequentemente lembrados da nossa fraqueza e pequenez?
Um café.. um capuccino.. não, grande, por favor! light, não.. normal! preciso de açúcar.. dane-se a dieta..
O telefone toca.. não, não é o meu.. também, se fosse eu não iria atender..
Porque? pra que? queria entender porque as pessoas são simplesmente incapazes de consolar os infelizes. E também são incapazes de celebrar verdadeiramente com os vitoriosos. Mas, com os infelizes a coisa é bem pior. Eles ficam complementamente sem ação, perdidos, sem saber o que dizer ou fazer: "Não fica assim", "isso vai passar", "outras oportunidades virão", "você vai tentar novamente, e agora mais preparada e com mais experiência", "pense positivo", "não chore"... não se mostre frágil, não admita a derrota, não assuma o fracasso como algo ruim, não dê créditos à sua dor ou ao seu sofrimento..
Aaaaaah! afinal, qual a dificuldade em entender que tem horas que tudo o que você quer é simplesmente sucumbir à sua dor e viver cada gotinha do seu sofrimento, degustar dessa intensa sensação de tristeza, melancolia, desamparo.. E sem muito drama também, por favor... A gente sofre um pouquinho, chora tudo o que tiver que chorar, até que chega um momento em que o sofrimento passa.. do mesmo jeito que ele veio, ele vai embora.. simples assim.. No big deal..
Mas eu acho que é importante viver aquele momento exato da dor.. É como celebrar uma vitória, um momento de alegria.. Quando estamos eufóricos, todos acham normal que a gente ria muito, pule muito e comemore muito...
Então, ora bolas, me expliquem porque não podemos sucumbir com semelhante entusiamo às situações de dor e tristeza?
Me deixem sofrer em paz!!! E, sem olhares piedosos, por favor!!
Ah, como seria bom ter um lugar onde eu pudesse ir agora curtir a minha tristeza... onde eu pudesse chorar sem me sentir constrangida e sem quem as pessoas me olhassem com aquele ar curioso e piedoso, como dizendo: "tadinha dela.. o que será que lhe aconteceu para estar assim, chorando na frente de todo mundo"...
porque as pessoas fazem tanto caso com umas lágrimas bobas.. será que se eu estivesse rindo à toa me olhariam com a mesma estranheza?? pior que olhariam tambem.. vc tem q chorar e rir nos momentos e lugares certos.. ai ai ai.. o que sua mãe lhe ensinou??
Eu declaro que eu não preciso de piedosas intenções... não quero ser acalentada, não quero ser consolada, quando eu chorar, simplesmente me deixem fazê-lo.. tenho esse direito!
Como queria esse lugar onde eu pudesse simplesmente chorar em paz.. bem, acho que sempre posso ir a um cemitério, parar na frente de um túmulo e fingir que acabo de perder uma pessoa muito querida, não é?? nesses casos, acho que chorar é mais do que permitido..
ou posso também pegar um segunda sessão de cinema.. sim, no escuro e se tiver sorte do filme ser um drama, sempre poderei ter o meu momento de dor particular, sem olhares furtivos... ok.. mais um Penelope Cruz então, por favor..
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2 comentários:
Ah, não! Curtir dor? Eu mesma não deixo! Bora pra Gravatá com uns amigos, jogar conversa fora, tomar um vinhozinho... que tudo passa, como SEMPRE passa.
Oh, minha linda!
Não seja tão severa com quem tanto so te quer bem!!!
O problema das pessoas que nos ama "não saberem" nos consolar não é por nos julgar "coitadinhas" ou "incapazes", pelo contrário, é devido ao fato de não aceitar que estejamos passando por tamanha dor, e ser impossibilitada de mudar tal realidade.
Te amo!
Um beijo enorme no teu coração"!!!!
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